segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Memórias do Apocalipse: O fim começa hoje!


Ninguém sabe o que fazer naquele momento, pessoas corriam de um lado para outras desesperadas, chorando, algumas rezavam pedindo perdão de seus pecados. Eu riria daquela cena se eu estivesse em outra circunstância, tudo ao meu redor era somente restos mortais de pessoas, braços de um lado, pernas no outro, restos de uma cabeça que ainda tinha um olho no crânio. Eu podia não aparecer, mas sabia muito bem o que fazer naquele momento, era algo instintivo. Ah sim, sei que você não esta entendo nada do que eu estou dizendo, deixe-me apresentar. Eu sou Luiz “Haifisch” Henrique, o que poderia ser um “adolescente” normal, mas não sou bom, não completamente, é no momento estou em meio a um apocalipse zumbi em busca de meus amigos. Tenho que acha-los, é salva-los é dá no pé dessa cidade!

“Disseram-me uma vez que tudo pode mudar, de uma hora para outra. Circunstâncias que pedem medidas extremas, são aquelas entre a vida é a morte. Até hoje me pergunto, somos tão espertos assim, para criar a extinção a própria espécie?”

 

Memórias  1 – Luiz Haifisch – O terror começa hoje.

 

Manaus, 05 de fevereiro de 2013, 13:00, Canãa.

Mais uma vez, outra aula chata sobre alguma coisa relacionada à América, esse ano vai ser um saco, vou logo dizendo. Nada de muito interessante acontece ultimamente, só algumas noticias sobre ataques canibais em algumas partes da cidade, nada que me preocupasse muito. Aquilo não me preocupava muito, mas outra coisa sim, posso ser um adolescente maduro é responsável, mas se tratando de relacionamentos, na opinião de muitos sou um fiasco, é naquele momento não me parecia diferente. Havia prometido para mim mesmo que nunca mais iria ficar com alguém para depois de chutar, não mesmo. Mas aquilo era diferente, era a melhor amiga da minha EX- namorada, desde que o ano letivo começou ela vem agido diferente comigo, não parecia àquela garota alegre, não mesmo, será que ela esta ressentida? Poxa, eu só queria saber o porquê dela ter me deixado, usei todos os meios possíveis, para no fim, eu sempre me ferrar. Kalila, a melhor amiga da dela, ela se mantinha afasta de mim, eu acho, eu sei que não sou um cara muito bonito é coisa do gênero, mas não chego a ser tão repulsivo assim, tenho cabelos castanhos arrepiados, tenho 14 anos, tenho até algumas espinhas no rosto, certo, nada que chegue a ser tão horrível assim. O sinal bate me fazendo ser retirado dos meus pensamentos, todos já começavam a se dirigir para a porta, eu não queria sair dali, não mesmo, não sentia a menor vontade de sair daquela carteira, queria apenas, ficar sentando é pensar.

 

-  Ei Luiz! – Chama Thiago, um dos meus melhores amigos, um pouco alto para alguém da altura dele, cabelo curto castanho. – Vem não? – Pergunta ele da porta da sala, do lado dele esta Henrique, o meu irmão de consideração, eu é ele já passamos pelas mesmas coisas, mesmas dores, nós entendemos muito bem, era um pouco obeso, tinha o Q.I de um gênio.

 

- Vão indo, vou logo atrás... – Falei sem a menor vontade na voz, antes de irmos para o intervalo, a professora tinha falado sobre “Namoros”, as pessoas acham que eu sou feito de aço, mais esse assunto ainda mexe comigo, depois dela, tudo ficou muito logico para mim. Tudo.

 

- Ok então, nós vemos daqui a pouco então! – Responde Henrique, esse cara podia ser bem cínico quando ele queria.

 

Parando para pensar, ultimamente vem ocorrendo muitos casos de assassinatos em algumas partes do Brasil. Não é só Manaus então. É o mais bizarro de tudo, todos os corpos, de todos os assassinatos, foram encontrados em pedaços, traduzindo, comidos. Havia dentadas por toda parte do corpo da vitima, aquilo não cheirava bem, não mesmo.

 

- Ei você! – Chamava o vigia, viro meu rosto para ele. – Você tem que sair da sala, vamos! – Não tive escolha, era sair ou ir para a diretoria, então como eu sou um “bom” menino, eu saio pacificamente da sala, ele fecha a porta logo quando eu saio.

 

O corredor do segundo andar (aonde eu estudo) estava bem movimentado, algumas crianças passavam corredor, mesmo sendo avisado pelo vigilante, algumas pessoas da minha idade ficavam conversando, fazendo graça. Mas. Eu não estou com cabeça para ter alguma comunicação com alguém, mas como eu sou tão “sortudo” a namorada do meu amigo aparece, eu sei lá qual é o motivo dela.

 

- Oi Luiz! – Diz ela sorrindo, sei não, alguma coisa esta errada, eu sinto.

 

- Oi... – Respondi simplesmente, como eu consigo falar “Se manda” educadamente?

 

- É ai, como vai ela? – Ok, ela esta começando a me encher o saco.

 

- Não estamos mais, terminamos... – Aquilo me fazia ter lembranças que eu não quero lembrar no momento, ela fica estático por um momento.

 

- Desculpa se eu... – A interrompi com um gesto de mão.

 

- Não, ela me deixou, só estou agora tentando viver a vi... – Não consegui terminar de falar, ouvi sons agudos, pareciam tiros vindo da rua, curioso, eu vou ver o que é. Uma policial atirando contra um homem, que apesar pra mim, aquilo não é um homem, minha percepção, mais aguçada que os dos demais me fez percebe, aquele “homem” não tinha um braço, seu olho esquerdo fora completamente retirado, uma parte do maxilar dele fora arrancada. Andava cambaleante em direção ao policial, o mesmo tremia de medo, sua arma cai no chão, o mesmo perdendo o equilíbrio de suas pernas cai no chão, então aquilo morde o policial. Nunca vi tanta dor é tanta angustia em um único olhar, aquele policial estava sendo comido vivo, literalmente.

 

Der repente o portão da frente da escola cai, pareciam que tinha mais deles, estão entrando na escola, o que fazer, o que fazer, agora os gritos podem ser ouvidos bem nitidamente, os gritos das crianças eram agonizantes, eles atacam tudo que aparecia na sua frente, tenho que tirar meus amigos daqui, qualquer uma teria medo nesse exato momento, mais eu não tenho, eu tenho mais é que tirar meus amigos daqui, tirar a Kalila daqui, tirar o máximo de pessoas que puder. O inferno começou.

 

 
 

 

 

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