Ninguém sabe o que fazer naquele momento, pessoas corriam de
um lado para outras desesperadas, chorando, algumas rezavam pedindo perdão de
seus pecados. Eu riria daquela cena se eu estivesse em outra circunstância,
tudo ao meu redor era somente restos mortais de pessoas, braços de um lado,
pernas no outro, restos de uma cabeça que ainda tinha um olho no crânio. Eu
podia não aparecer, mas sabia muito bem o que fazer naquele momento, era algo instintivo.
Ah sim, sei que você não esta entendo nada do que eu estou dizendo, deixe-me
apresentar. Eu sou Luiz “Haifisch” Henrique, o que poderia ser um “adolescente”
normal, mas não sou bom, não completamente, é no momento estou em meio a um
apocalipse zumbi em busca de meus amigos. Tenho que acha-los, é salva-los é dá
no pé dessa cidade!
“Disseram-me uma vez
que tudo pode mudar, de uma hora para outra. Circunstâncias que pedem medidas
extremas, são aquelas entre a vida é a morte. Até hoje me pergunto, somos tão
espertos assim, para criar a extinção a própria espécie?”
Memórias 1 – Luiz Haifisch
– O terror começa hoje.
Manaus, 05 de
fevereiro de 2013, 13:00, Canãa.
Mais uma vez, outra aula chata sobre alguma coisa
relacionada à América, esse ano vai ser um saco, vou logo dizendo. Nada de
muito interessante acontece ultimamente, só algumas noticias sobre ataques
canibais em algumas partes da cidade, nada que me preocupasse muito. Aquilo não
me preocupava muito, mas outra coisa sim, posso ser um adolescente maduro é responsável,
mas se tratando de relacionamentos, na opinião de muitos sou um fiasco, é
naquele momento não me parecia diferente. Havia prometido para mim mesmo que
nunca mais iria ficar com alguém para depois de chutar, não mesmo. Mas aquilo
era diferente, era a melhor amiga da minha EX- namorada, desde que o ano letivo
começou ela vem agido diferente comigo, não parecia àquela garota alegre, não
mesmo, será que ela esta ressentida? Poxa, eu só queria saber o porquê dela ter me deixado, usei todos os meios
possíveis, para no fim, eu sempre me ferrar. Kalila, a melhor amiga da dela, ela se mantinha afasta de mim, eu
acho, eu sei que não sou um cara muito bonito é coisa do gênero, mas não chego
a ser tão repulsivo assim, tenho cabelos castanhos arrepiados, tenho 14 anos,
tenho até algumas espinhas no rosto, certo, nada que chegue a ser tão horrível assim.
O sinal bate me fazendo ser retirado dos meus pensamentos, todos já começavam a
se dirigir para a porta, eu não queria sair dali, não mesmo, não sentia a menor
vontade de sair daquela carteira, queria apenas, ficar sentando é pensar.
- Ei Luiz! – Chama Thiago,
um dos meus melhores amigos, um pouco alto para alguém da altura dele, cabelo
curto castanho. – Vem não? – Pergunta ele da porta da sala, do lado dele esta
Henrique, o meu irmão de consideração, eu é ele já passamos pelas mesmas
coisas, mesmas dores, nós entendemos muito bem, era um pouco obeso, tinha o Q.I
de um gênio.
- Vão indo, vou logo atrás... – Falei sem a menor vontade na
voz, antes de irmos para o intervalo, a professora tinha falado sobre “Namoros”,
as pessoas acham que eu sou feito de aço, mais esse assunto ainda mexe comigo,
depois dela, tudo ficou muito logico
para mim. Tudo.
- Ok então, nós vemos daqui a pouco então! – Responde Henrique,
esse cara podia ser bem cínico quando ele queria.
Parando para pensar, ultimamente vem ocorrendo muitos casos
de assassinatos em algumas partes do Brasil. Não é só Manaus então. É o mais
bizarro de tudo, todos os corpos, de todos os assassinatos, foram encontrados
em pedaços, traduzindo, comidos. Havia dentadas por toda parte do corpo da
vitima, aquilo não cheirava bem, não mesmo.
- Ei você! – Chamava o vigia, viro meu rosto para ele. –
Você tem que sair da sala, vamos! – Não tive escolha, era sair ou ir para a
diretoria, então como eu sou um “bom” menino, eu saio pacificamente da sala,
ele fecha a porta logo quando eu saio.
O corredor do segundo andar (aonde eu estudo) estava bem
movimentado, algumas crianças passavam corredor, mesmo sendo avisado pelo
vigilante, algumas pessoas da minha idade ficavam conversando, fazendo graça.
Mas. Eu não estou com cabeça para ter alguma comunicação com alguém, mas como
eu sou tão “sortudo” a namorada do meu amigo aparece, eu sei lá qual é o motivo
dela.
- Oi Luiz! – Diz ela sorrindo, sei não, alguma coisa esta
errada, eu sinto.
- Oi... – Respondi simplesmente, como eu consigo falar “Se
manda” educadamente?
- É ai, como vai ela?
– Ok, ela esta começando a me encher o saco.
- Não estamos mais, terminamos... – Aquilo me fazia ter
lembranças que eu não quero lembrar no momento, ela fica estático por um
momento.
- Desculpa se eu... – A interrompi com um gesto de mão.
- Não, ela me deixou, só estou agora tentando viver a vi... –
Não consegui terminar de falar, ouvi sons agudos, pareciam tiros vindo da rua,
curioso, eu vou ver o que é. Uma policial atirando contra um homem, que apesar
pra mim, aquilo não é um homem, minha percepção, mais aguçada que os dos demais
me fez percebe, aquele “homem” não tinha um braço, seu olho esquerdo fora completamente
retirado, uma parte do maxilar dele fora arrancada. Andava cambaleante em
direção ao policial, o mesmo tremia de medo, sua arma cai no chão, o mesmo
perdendo o equilíbrio de suas pernas cai no chão, então aquilo morde o policial.
Nunca vi tanta dor é tanta angustia em um único olhar, aquele policial estava
sendo comido vivo, literalmente.
Der repente o portão da frente da escola cai, pareciam que
tinha mais deles, estão entrando na
escola, o que fazer, o que fazer, agora os gritos podem ser ouvidos bem
nitidamente, os gritos das crianças eram agonizantes, eles atacam tudo que aparecia na sua frente, tenho que tirar meus
amigos daqui, qualquer uma teria medo nesse exato momento, mais eu não tenho,
eu tenho mais é que tirar meus amigos daqui, tirar a Kalila daqui, tirar o máximo
de pessoas que puder. O inferno começou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário